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Nutrição

Nutrição

A nutrição é o estudo dos componentes nutritivos dos alimentos que devem ser ingeridos para manter o bom estado físico e mental das pessoas. Estar bem nutrido significa que o indivíduo consome alimentos que forneçam todos os nutrientes, proteínas, hidratos de carbono, lipídios, vitaminas e minerais. Ou seja, a boa ou má nutrição é o resultado do que se come.

O equilíbrio nutricional só é possível quando o paciente passa a compreender que a alimentação correta é fundamental para alcançar uma vida mais saudável.

Estar bem nutrido significa manter uma dieta balanceada para que o organismo possa obter os micros e macronutrientes, e assegurar uma boa saúde.

Você é aquilo que você come. Esse ditado popular faz todo sentido, sobretudo quando o assunto é saúde e aqui também incluímos os fatores associados á Odontologia. Isso porque há uma estreita correlação entre saúde bucal e nutrição. A pessoa com uma dieta nutricionalmente pobre dificilmente resiste ás infecções bucais, o que pode contribuir para doenças periodontais, uma das causas principais da perda de dentes em adultos.

Embora a má nutrição não cause doenças periodontais diretamente, muitos pesquisadores acreditam que ela avança com maior rapidez e pode ser mais grave em pessoas com dietas carentes de nutrientes. Além disso, a ciência comprova que nos primeiros mil dias d vida da criança a nutrição pode atuar de forma sistêmica em relação aos agravos bucais, tais como: cárie, desgaste dentário erosivo, más-oclusões e defeitos do desenvolvimento do esmalte dentário. “Como o corpo humano se renova a cada dia – matéria óssea, músculo, sangue, pele – é condição sine qua non manter uma alimentação adequada para a formação desses novos tecidos. A desnutrição torna a pessoa mais suscetível a infecções”.

Marco Aurélio Bianchini, especialista em Periodontia e doutor em Implantodontia, lembra que as deficiências nutricionais causam diminuição das defesas do organismo, também conhecida como queda da resistência do hospedeiro ao ataque bacteriano. Assim, uma dieta equilibrada mantém as defesas em funcionamento e evita que o ataque bacteriano provoque danos. “A má nutrição prejudica a capacidade reparadora do organismo, e a falta de algumas vitaminas básicas influencia diretamente no reparo aos danos sofridos pelo corpo. Um exemplo disso é a ausência de vitamina D, que desequilibra fortemente todo o sistema do corpo. Pessoas desnutridas têm a capacidade de defesa abalada, e as bactérias da doença periodontal ficam livres para agir e destruir o periodonto, pois não têm quem as combata” comenta.

A fim de evitar problemas de cárie, a criança precisa de uma dieta rica em cálcio, fósforo e flúor. Os fatores de risco para a má nutrição são: depressão, pobreza, solidão, problemas mentais, desidratação, incapacidades físicas, pequena variedade de alimentos, enfermidades que elevam as necessidades nutricionais ou interferem na utilização de nutrientes, falta de exposição á luz solar, acuidade reduzida do paladar, problemas orais (boca seca, infecção, edentulismo, próteses não ajustadas, dificuldades de deglutição) e uso de medicamentos.

Um grupo que merece atenção especial são os pacientes edêntulos, pois costumam apresentar menor índice de massa corpórea por se alimentarem de comidas pastosas e emolecidas, que são mais fáceis de mastigar, mas têm menos fibras e nutrientes. Como a absorção do alimento começa pela boca, quando a dentição não está completa, é necessário atentar para a absorção de minerais e vitaminas. Nesse caso, a recomendação é a terapia multidisciplinar em conjunto com um médico nutrólogo, que poderá orientar a suplementação oral adequada para a obtenção de micro e macronutrientes relevantes e que estão em déficit na alimentação. “Isso ocorre muito com pacientes idosos, nos quais as perdas dentais acontecem principalmente pela progressão da periodontite, devido ao acúmulo de placa bacteriana e tártaro, bem como consequências das cáries radiculares”.

Vale lembrar de outra condição que pode provocar uma dieta inadequada: o uso de próteses dentárias mal adaptadas. Isso porque, quando os protocolos não estão bem ajustados, causam ferimentos na boca e dificuldade de mastigação. Então, naturalmente, o paciente passa a escolher alimentos macios, processados ou ultracozidos, diminuindo o consumo de produtos in natura de riscos em fibras e vitaminas. Por outro lado, quando bem executadas, as próteses dentárias são responsáveis por devolver ao paciente edêntulo a capacidade mastigatória e oferecer conforto psicológico e estético. A satisfação com o tratamento resultará em melhora da alimentação e, consequentemente, da qualidade de vida.

Ao cuidar dos dentes “de dentro para fora”, com uma alimentação adequada e suplementação, é possível melhorar a saúde bucal e prevenir futuros problemas dentários que impactam diretamente na saúde do organismo. E, como sabemos, a prevenção é a melhor maneira de evitar as doenças. Além disso, algumas situações bucais podem indicar a presença de doenças e disfunções, por exemplo, inflamações gengivais podem ter ligação com diabetes, hipertensão e elevadas taxas de colesterol e triglicérides. Sendo assim, ao cuidar da alimentação e das afecções orais, será possível diminuir o riso de doenças como as cardiovasculares, por exemplo.

Nessas condições, a reabilitação do paciente deve contar com uma equipe multidisciplinar, envolvendo dentista, médico nutrólogo, nutricionista e fonodiólogo, para abarcar todo o conhecimento necessário para o sucesso do tratamento. Cada profissional contribuirá com seus conhecimentos: o dentista será responsável pela reabilitação oral; o médico nutrólogo auxiliará na investigação das deficiências vitamínicas e possíveis doenças associadas; o nutricionista irá elaborar um cardápio adequado ás necessidades do paciente; e o fonoaudiólogo poderá trabalhar as questões de motricidade oral, mastigação, deglutição etc.

 

Alimentos que contribuem para a saúde dos tecidos e mucosas orais

As vitaminas têm um papel fundamental na proteção da estrutura do dente, principalmente por prevenirem infecções. Veja como elas atuam e onde encontra-las:

Vitaminas A
Ação: ajuda a manter a saúde dos tecidos.
Fonte: fígado, gema de ovo e óleos de peixes. Os vegetais, como cenoura, espinafre, manga e mamão, também são boas fontes dessa vitamina porque contêm carotenoides.

Vitaminas B
Ação: impede e/ou reduz a inflamação para promover a cura de problemas orais.
Fonte: carnes, leites, ovos, brócolis, cereais integrais, ervilhas, amendoim, castanhas, nozes, iogurte, laticínios em geral, frango, aspargo, espinafre e outros vegetais folhosos de coloração verde-escura, que são compostos por vitamina B2.

Vitamina C
Ação: ajuda a fortalecer o organismo e previne a inflamação na gengiva, que pode levar a homorragias e afrouxamento dos dentes.
Fonte: kiwi, acerola, morango, laranja e limão.

Vitamina D
Ação: auxilia na absorção de cálcio para proteger o esmalte do dente.
Fonte: presente em alimentos de origem animal, mas também precisa de exposição solar.

Vitamina K
Ação: suporta tecidos dentários e evita o sangramento das gengivas.
Fonte: acelga, espinafre, brócolis e couve.

Minerais importantes para a saúde bucal:
Ferro: apoio de alimentação saudável de células vermelhas do sangue e previne a inflamação da língua.
Cálcio: mantém o tecido dentário forte (junto com os ossos) para prevenir a cárie e/ou perda dos dentes.
Magnésio: ajuda a manter o cálcio no esmalte dos dentes.
Zinco: inibe o crescimento das bactérias e a formação de placas ao longo da linha da gengiva.

É válido lembrar que, ao identificar o déficit nutricional, o médico nutrólogo consegue reverter o quadro por meio da suplementação oral. Ter uma dieta equilibrada, consumindo frutas e vegetais frescos, bem como proteínas e cereais integrais, é essencial para a saúde oral do paciente. Além das vitaminas e minerais, é importante adicionar à dieta tanto a niacina quanto a tiamina.

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